Teremos um plano para a pesca amadora e esportiva no Brasil

Teremos um plano para a pesca amadora e esportiva no Brasil

Desenvolver a atividade com sustentabilidade ambiental será a base do trabalho que prevê oficinas com a participação do público

Cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Pesca Amadora e Esportiva. – Foto: Adriana Lima/MPA

O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) lançou na manhã desta quarta-feira (31), na sede da pasta, o Plano Nacional para o Desenvolvimento Sustentável da Pesca Amadora e Esportiva (PNPA). O plano faz parte das estratégias do governo federal para estimular o desenvolvimento sustentável do setor.

O PNPA será construído ao longo dos próximos meses, de forma coletiva. Serão realizadas oficinas participativas pelo país. Os servidores do MPA farão a organização e a gestão das pessoas, bem como compilará as propostas.

O plano é composto por quatro grandes programas: 1) Geração e Gestão de Dados; 2) Ordenamento da Pesca Amadora e Esportiva; 3) Desenvolvimento da Pesca Amadora e Esportiva; 4) Promoção e Divulgação.

“A pesca amadora e esportiva une o Brasil de norte a sul do país. Esse plano representa mais um passo importante na gestão do Governo Federal e vai reforçar a presença de um setor estratégico para a economia do nosso país. Vamos atuar em parceria com os Ministérios do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA) e Turismo (MTur) para consolidar atividades que movimentem não só o turismo, mas as economias regionais em diferentes partes do Brasil”, destacou o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula.

Turismo de ponta

A pesca amadora e esportiva é muito relacionada tanto ao turismo quanto à conservação ambiental. Porque, na modalidade pesque e solte, os peixes são fisgados, medidos, pesados e devolvidos à água. Como o tamanho e o peso são os parâmetros que importam para os pescadores, eles costumam proteger as espécies para que os exemplares adultos sejam os maiores possíveis.

A riqueza da biodiversidade e da hidrografia brasileiras costuma atrair milhares de turistas para o nosso país. Além disso, os brasileiros aficionados da pesca amadora e esportiva também costumam se mover pelo Brasil. Essa movimentação cria uma cadeia econômica ligada ao turismo ambiental

O secretário Nacional de Pesca Industrial, Amadora e Esportiva do MPA, Expedito Neto, lembrou que a atividade movimenta aproximadamente 2 bilhões de dólares por ano e gera em torno de 200 mil empregos no Brasil. “Além de promover a valorização e conservação dos recursos naturais; o turismo, ecoturismo e turismo de base comunitária”, destacou.

O secretário lembrou que atualmente existem 301 mil licenças de pescadores amadores ou esportivos emitidas. Mas a expectativa, segundo ele, é que esse número chegue a pelo menos 900 mil nos próximos três anos. “Temos 100 campeonatos de pesca autorizados, mas podemos chegar a 200 por ano, no Brasil”, afirmou.

O presidente da Frente Parlamentar Mista da Pesca e Aquicultura, o deputado Luiz Nishimori (PSD-PR), reforçou o apoio do congresso ao MPA, inclusive no que diz respeito à pesca esportiva. “A partir de ações como essa lançada hoje é possível organizar o setor para o seu crescimento”, disse Nishimori..

A secretária Nacional de Bioeconomia do MMA, Carina Pimenta, destacou que o plano lançado pelo MPA coloca a pesca amadora e esportiva de forma planejada e engajada com os objetivos do desenvolvimento sustentável acordados na Organização das Nacões Unidas (ONU). “O trabalho transversal entre os dois mistérios vai garantir as boas práticas com respeito às normas de ordenamento, monitoramento e registro.”

Parceria

A diretora de Marketing da Embratur, Jaqueline Gil, disse que trabalhar a sustentabilidade é decisiva para dar visibilidade ao Brasil no mercado internacional. “O turismo gerado pela pesca esportiva movimenta mais de US$ 200 bilhões no mundo. A gente quer um pedaço maior desse bolo. O que a gente ouve dos estrangeiros é que, pra vir pra cá, a atividade precisa zelar pela sustentabilidade ambiental. Então o plano está no caminho certo”, elogiou.

Representantes que movimentam o setor, os diretores da Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva, Kelven Lopes, e da Confederação Brasileira de Pesca Esportiva, Régis Portari, comemoram a criação do plano. Para eles, essa é um setor que há muito tempo merecia ser explorado.

“Esse é um setor que emprega tanto”, destacou Lopes. Já Régis Portari comentou que vem dialogando com 12 ministérios para fazer acordos e parcerias e criar condições para a que a pesca esportiva cresça ainda mais no Brasil.

Sérgio Xavier

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