PSB já não descarta aliança com FBC para 2022
Folha PE – Foi o próprio senador Fernando Bezerra Coelho quem telefonou para o governador Paulo Câmara e agendou visita de Miguel Coelho ao Palácio das Princesas. Em duas semanas, o prefeito de Petrolina foi à mesa com o chefe do Executivo estadual em duas ocasiões diferentes, tratar de temas também diversos. Esses encontros seriam naturais, dizem os próprios socialistas, não fosse o fato de os Coelho serem apontados, no partido, como os maiores adversários do PSB no Estado.
Apesar disso, socialistas e Miguel andam com discurso alinhado em um sentido: ambos definem as pautas comuns como estritamente administrativas. O detalhe é que, na prática, não há em curso uma construção política, mas uma fonte governista que acompanha as movimentações palacianas, em reserva, à coluna, adverte: “Não há ainda!”. Na esteira, essa mesma fonte admite que a possibilidade de uma recomposição do grupo dos Coelho, liderado por FBC, com a Frente Popular é tema que se “comenta muito”. E emenda: “Isso está descartado? Acho que não, até porque matava a eleição”.
Em outras palavras, se os Coelho, tidos como maiores opositores, dessem um passo maior na direção de uma recomposição, visando a 2022, a Oposição amargaria esse desfalque e o jogo para o PSB poderia se tornar menos duro. A referida conta leva em consideração a possibilidade de Fernando concorrer à reeleição para o Senado, eventualmente, em chapa encabeçada pelo PSB. A tese também ganha algum eco na direção nacional do MDB, onde se avalia que, em reduto lulista, no Nordeste, armar um palanque bolsonarista pode se configurar em projeto arriscado, a despeito de Miguel Coelho ter apresentado disposição para isso. Ter FBC numa vaga do Senado na chapa seria ainda uma variável para garantir a permanência do MDB na Frente popular.
Em paralelo, o partido trataria da chapa proporcional para reconduzir o deputado federal Raul Henry à Câmara Federal. O cálculo, então, não é descartado nem no PSB, nem no MDB. Há bolsa de apostas dando conta de que o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, não faria objeção.