Fundação de Cultura de Camaragibe atrasa subvenção das quadrilhas juninas, descumprindo lei municipal

Fundação de Cultura de Camaragibe atrasa subvenção das quadrilhas juninas, descumprindo lei municipal

Pagamento deveria ter sido feito até 15 de maio; grupos culturais denunciam abandono e risco de cancelamento das apresentações

Camaragibe (PE), 20 de maio de 2025 As quadrilhas juninas de Camaragibe enfrentam um momento crítico às vésperas do São João. A Fundação de Cultura do município ainda não efetuou o pagamento da subvenção pública destinada aos grupos culturais um repasse obrigatório previsto por lei municipal, que determina que o valor seja pago até o dia 15 de maio. O atraso compromete diretamente os preparativos para as apresentações tradicionais que movimentam a cidade no período junino.

De acordo com representantes das quadrilhas, a Fundação não deu qualquer justificativa oficial para o descumprimento do prazo. A verba seria usada para cobrir despesas com figurinos, estrutura, transporte e ensaios, elementos essenciais para a realização dos espetáculos.

“Estamos em cima do São João e não recebemos nem previsão de pagamento. É uma falta de respeito com a cultura popular e com todos que vivem dela. A lei existe e está sendo ignorada”, afirma integrante das quadrilhas

Impacto cultural e econômico

O ciclo junino é uma das manifestações culturais mais fortes da cidade e envolve centenas de pessoas entre dançarinos, costureiras, músicos, produtores, cenógrafos e comerciantes. Sem a subvenção, muitos desses profissionais ficam sem renda, e as quadrilhas correm o risco de não se apresentar.

“Não é só o show que está em risco, é a economia criativa local. O São João sustenta muitas famílias em Camaragibe. Com esse atraso, todos perdem”, explica

Lei municipal desrespeitada

A legislação municipal que garante o repasse da subvenção foi criada justamente para assegurar que os grupos tenham tempo suficiente para se preparar para as festas. Em anos anteriores, o pagamento era feito até meados de abril. Com a formalização da lei, o prazo máximo passou a ser 15 de maio agora descumprido.

O não cumprimento pode ser interpretado como omissão administrativa, o que pode gerar questionamentos no Ministério Público ou na Câmara de Vereadores.

Falta de transparência

Nos bastidores, circulam informações de que o atraso se deve à falta de planejamento orçamentário, mas não houve nenhuma confirmação oficial.

Risco de apagão cultural

Sem os recursos, as quadrilhas ameaçam suspender ou reduzir suas apresentações, inclusive nas competições regionais e estaduais. A cidade, que já foi destaque em diversos festivais juninos, corre o risco de ver sua tradição enfraquecida por falta de apoio.

“É como matar a cultura da cidade por abandono. A gente ensaia o ano inteiro. Isso aqui não é só festa, é história, é resistência” desabafa um dos coordenadores de quadrilha, que preferiu não se identificar.

A população agora espera um posicionamento da Prefeitura e da Fundação, na esperança de que a lei seja cumprida e que a cultura popular de Camaragibe não fique fora dos festejos de 2025.

Sérgio Xavier

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