Projeto “Fala Pernambuco” ouve demandas da Mata Norte e apresenta avanço no atendimento das agendas regionais
A 8ª reunião do projeto “Fala Pernambuco”, realizada nesta quarta-feira (1º), ouviu as demandas e problemas da região da Zona da Mata Norte em reunião virtual promovida pela Assembleia Legislativa de Pernambuco. Os participantes que representaram o setor produtivo da região focaram em questões relativas aos setores de agropecuária, turismo, economia criativa, comércio, indústria e serviços.
O “Fala Pernambuco” vem realizando, semanalmente, reuniões com representantes de cada região do Estado e buscando identificar as políticas públicas e medidas necessárias para alavancar o desenvolvimento econômico regional. Uma das conquistas, resultante da iniciativa, foi destacada pelo presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros (PP), na reunião desta quarta-feira (1º).
“A dificuldade na emissão de alvarás, pelos bombeiros, para o funcionamento de empreendimentos comerciais, foi uma das reclamações constantes nos últimos encontros do ‘Fala Pernambuco’. Nós já encaminhamos a demanda ao Executivo estadual e tramita na Assembleia Legislativa um Projeto de Lei que simplifica estas regras”, informou o presidente.
Durante o debate desta quarta, o doutor em Zootecnia pela UFRPE, André Carlos Pimentel, que destacou as questões da agropecuária, citou entre os principais problemas da Mata Norte o assoreamento de barragens, o abastecimento hídrico e o escoamento da produção. Para Pimentel, a agricultura familiar da região é bastante expansiva e produtiva, mas o escoamento dos produtos está restrito ao Recife e ao Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa).
“Precisamos melhorar o escoamento dos nossos produtos e facilitar a mobilidade das pessoas. Muitos produtores não conseguem se desenvolver e necessitam captar novos mercados. Também é preciso investir em escolas técnicas e propor medidas de fomento ao pequeno produtor”, defendeu.
Vice-prefeito do município de Aliança, Tiago Capitulino defendeu investimentos na qualificação da mão de obra, voltada para o pequeno negócio, como caminho que pode sustentar a economia dos municípios de menor porte. “Precisamos garantir a sobrevivência desses negócios. Não aguentamos ver nossos filhos migrarem para as grandes capitais por falta de oportunidade de emprego em nossas cidades”, disse.
Para atender melhor os setores de comércio, indústria e serviços, uma das necessidades fundamentais, apresentadas pelos participantes do debate, foi a de mais investimentos nas obras de infraestrutura viária. O aparelhamento de hospitais públicos também foi considerado ponto importante.
“É preciso aumentar o investimento na infraestrutura dos hospitais regionais de Goiana e Limoeiro, implantando mais leitos de UTI, contratando profissionais qualificados e estruturando os laboratórios para aumentarmos a oferta de exames”, defendeu Carlos Alberto de Azevedo, representante da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiana.
Investimentos na infraestrutura também foram defendidos pelos representantes do turismo e da economia criativa. Mas os setores também se ressentem de uma divulgação mais ampla dos destinos turísticos da região para fora de Pernambuco.
“As feiras nacionais e mundiais de turismo só dão espaço para estandes sobre Porto de Galinhas e Fernando de Noronha. As outras regiões não são vendidas ou são mal vendidas. Precisamos de apoio na abertura de novos pontos atrativos”, defendeu Carlos Augusto Pereira, empresário do setor de hotelaria.