A fisioterapia a favor do tratamento do Câncer de Mama
No mês internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama, o Outubro Rosa, a fisioterapeuta Laienne Barbosa alerta para os cuidados que os pacientes devem ter uma vez que a doença foi confirmada. De acordo com a especialista, a medicina evoluiu muito e as intervenções no combate ao câncer são cada vez mais direcionadas para uma recuperação rápida, sendo a fisioterapia uma grande aliada no processo de pós-operatório e na melhora da qualidade de vida dos pacientes.
O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 2,3 milhões de casos novos foram estimados para o ano de 2020 em todo o mundo, o que representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, para o Brasil, foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.
De acordo com Laienne, o fisioterapeuta age nas três fases do processo de cicatrização, ou seja, na inflamação, onde ocorre o inchaço mais importante, na fase de diferenciação de células, para reparar a área cirúrgica onde houve retirada dos nódulos e na fase de remodelagem celular, onde ocorre a liberação do paciente para retorno às atividades de vida funcionais. A boa condução do pós-operatório otimiza resultados e previne complicações. Os cuidados vão desde hábitos saudáveis e prática de exercícios físicos, até a preparação do corpo para a realização da cirurgia.
“Dependendo da extensão e grau de comprometimento que o câncer de mama esteja, a abordagem médica pode ser com a retirada de nódulos pontuais ou de esvaziamento total mamário, o paciente pode apresentar inchaço na região, desconforto respiratório e até limitações do membro superior, do lado da mama afetada, além do processo de cicatrização que pode gerar aprisionamento de estruturas superficiais e profundas gerando medo do movimento, além
de possíveis alterações na sensibilidade local, é nesse contexto que o fisioterapeuta especializado pode diminuir ou anular os desconfortos”, explica.
Ainda segundo a fisioterapeuta, é importante para quem for realizar a cirurgia, que faça exercícios específicos para o ganho de massa muscular, expansão torácica e fortalecimento dos membros superiores. “Tudo isso funciona para reduzir significativamente as perdas funcionais do paciente, inclusive trabalhando o aumento da capacidade respiratória. O nosso trabalho existe para atenuar perdas e possíveis complicações”, afirma.
Já para o pós-operatório, Laienne defende exercícios terapêuticos direcionados, que podem ser ativos, passivos e resistidos para estimular amplitude, estabilidade e até força muscular. “É preciso o acompanhamento de cada caso para avaliar quais condutas deveremos seguir. Existe um leque de possibilidades para reduzir as complicações e trazer qualidade de vida para as pessoas. Diante de tudo isso, vencer a doença é o mais importante. Mas um novo momento depois de tantas dificuldades merece um recomeço com ainda mais cuidado e qualidade de vida”, enfatiza.