“O problema do empregado é muito mais difícil de ser resolvido em Brasília!”
Afirmação do deputado Gilmar Júnior, em entrevista de rádio, ao falar sobre a luta pelo piso da enfermagem
Franqueza e cobrança deram o tom da entrevista do deputado Gilmar Júnior (PV) no programa Folha Política, na Rádio Folha, no fim da manhã de hoje (28). O parlamentar falou sobre a expectativa pela sanção presidencial do Projeto de Lei do Congresso Nacional, que destina R$ 7,3 bilhões para o poder público pagar o piso da enfermagem e explicou como se chegou a esse valor.
“Esse cálculo foi feito pelo Ministério do Planejamento, considerando maio a dezembro deste ano. Precisa estar descrito dessa forma, por causa da Lei Orçamentária Anual. O Ministério da Saúde vai publicar a portaria, explicando o que os municípios devem fazer para receberem o valor correspondente”, detalhou Gilmar Júnior.
O parlamentar foi questionado a respeito de municípios que não puderem pagar e foi categórico: “A gente sabe que têm municípios que vão precisar de ajuda financeira para pagar e outros não. Já temos dois exemplos no sertão do estado que vêm pagando o piso: Belém de Maria e Quixaba. Se os municípios não tivessem dinheiro, não veríamos festas homéricas com artistas recebendo cachês milionários. É tudo questão de prioridade! Se você não se preocupa com os profissionais de enfermagem, não se preocupa com o seu município!”.
Gilmar Júnior criticou a alegação da rede particular de saúde de que não pode pagar o piso, falando sobre os altos investimento em prédios, robóticas e médicos renomados. O deputado afirmou que há, sim, condições para pagar e ainda citou um dispositivo que deve auxiliar o empresariado do setor: “Dois projetos de lei estão tramitando no Congresso Nacional para desonerar a folha fiscal dos hospitais particulares. Os impostos em torno de 20% devem cair pra 1% a 4%. Vai haver sobra considerável de dinheiro! E eu acredito que isso deva acontecer logo, porque o problema do empregado é muito mais difícil de ser resolvido, em Brasília, do que o do empregador! Muitas vezes os empregadores são partícipes nas campanhas eleitorais”.
Avaliando a relação com Raquel Lyra, o deputado considerou um ganho não só para ele, mas para toda a enfermagem, a reunião com a governadora, na semana passada. “Foi histórico um enfermeiro ser recebido, como eu fui, no Palácio do Campo das Princesas. Consegui incluir a categoria na mesa de negociação permanente e, muito em breve, vou fazer o agendamento da primeira reunião”.