Projeto contemplado com edital da Facepe leva segurança hídrica e de moradia ao Córrego da Telha, no Recife
Projeto financiado pelo edital da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti/PE), está possibilitando a ampliação da segurança hídrica e de moradia das regiões dos morros no Córrego da Telha, no bairro de Passarinho, no Recife, através do aproveitamento da água da chuva pelas famílias.
O projeto Morro de Vontade, que inclui a participação das startups Pluvi e Sim, incubadas no Polo Tecnológico e Criativo (Polotec) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), tem como propósito a prevenção e mitigação de desastres decorrentes de precipitações intensas. Coordenado pela professora da UFPE, Savia Gavazza, o trabalho multidisciplinar une as áreas de Cartografia, Geotecnia, Recursos Hídricos, Saneamento e Tecnologia da Informação na busca por soluções que contribuam de forma integrada para melhorar a qualidade de vida das pessoas em situação de vulnerabilidade social nas áreas de morro do Recife.
“O edital Facepe foi destinado a uma necessidade imediata do poder público para atuar na mitigação de desastres naturais e o projeto demonstra a efetividade da academia para desenvolver soluções concretas e aplicáveis de maneira imediata para melhoria da qualidade de vida da população”, ressaltou o diretor de Inovação da Secti, Cesar Andrade. As equipes da Pluvi e Sim mapearam a área com drones de alta precisão, identificaram os fatores de risco, indicaram as localidades em que a drenagem pode ser reforçada e usa a Tecnologia da Informação para monitorar sensores de qualidade da água e umidade do solo. O estudo propõe ainda a retenção de água de chuva no lote como medida para diminuir o escoamento superficial e melhorar o abastecimento humano na região.
A professora Savia, uma das mentoras da Pluvi, explica a razão da escolha da localidade para a execução do projeto. “A localidade foi indicada pela Defesa Civil do Recife em virtude da existência de muitas áreas com risco de deslizamento de encostas. Devido à topografia acidentada, também é uma região de difícil abastecimento de água por meio do sistema convencional, impondo um rigoroso racionamento”.
Os pontos de risco de desmoronamento de barreiras ficam ainda mais vulneráveis durante o período chuvoso quando o solo fica bastante úmido e com resistência reduzida, aumentando o risco de permanência das famílias nos locais mais vulneráveis. “A água da chuva que é um grande problema, é parte importante da solução, pois é captada nos telhados a aproveitada antes de atingir o solo, diminuindo, inclusive, a infiltração e consequentes deslizamentos das encostas”, complementou Gavazza.
Fotos: Divulgação