Presidente da Câmara do Ipojuca emite nota de repúdio contra médico que acusou paciente de roubo na Upa do município

Presidente da Câmara do Ipojuca emite nota de repúdio contra médico que acusou paciente de roubo na Upa do município

O presidente da Câmara Municipal do Ipojuca, Deoclécio Lira, recebeu com indignação o relato de duas mulheres negras, mãe e filha, falsamente acusadas de roubo por um médico da UPA de Ipojuca. O caso ocorreu no último dia 29 de setembro e veio à tona nesta quinta-feira (05), após reportagem do portal G1.

“Repúdio publicamente a conduta de Matheus Nickel Saúde, médico da Upa de Ipojuca, que no último dia 29 de setembro, acusou duas mulheres negras de terem furtado o seu celular na unidade de saúde, vindo, posteriormente, encontrar o aparelho. Inadmissível este tipo de postura de quem quer que seja, ainda mais se tratando de um servidor público, cujo salário é pago através dos impostos de nossa população. Cobraremos que o caso seja investigado e punido no rigor da lei”, afirmou Deoclécio.

ENTENDA O CASO

A pescadora Sandra Franco, 42 anos, e a filha, uma adolescente de 17, foram acusadas de furto e tiveram as bolsas revistadas pelo médico Matheus Nickel Saúde.

“Ele atendeu a gente e passou remédios para ela. Quando estávamos na sala de medicação, depois de uns dez minutos, ele chegou agoniado e com um celular no ouvido, como se estivesse ligando para o telefone dele, e perguntou se nós duas não estávamos sentindo um celular vibrando, porque o telefone dele tinha sumido”, afirmou Sandra.

Sem entender o que estava acontecendo, a pescadora perguntou ao médico se ele as estava acusando de terem furtado o celular. “Ele disse: ‘Vocês foram as últimas pessoas a saírem do meu consultório. Abram a bolsa’”. Eu e minha filha abrimos a bolsa, ele revistou e saiu bem abusado. Além de nós, havia mais seis pessoas na sala de medicação. Passados alguns minutos, ele bateu na porta, olhou novamente para a gente e perguntou: ‘Cadê meu celular?’. Ele tinha muito ódio nos olhos”, relembra a mulher.

“Eu não estava aguentando mais e levantei meu vestido até a minha cabeça para ele ver que eu não tinha roubado. Minha filha levantou a blusa. Ele saiu indignado. Depois de um tempo, voltou, abriu a porta e disse: ‘Achei o celular. Desculpa aí’. Foi aí que eu desabei. Comecei a chorar bastante, porque nunca fui tão humilhada”, detalha.

Sérgio Xavier

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