-ARTIGO- Desta terça feira (16/07) -O atentado a Trump e o papel da imprensa no extremismo político

-ARTIGO- Desta terça feira (16/07) -O atentado a Trump e o papel da imprensa no extremismo político

Ocorreu, novamente, um ataque à democracia no continente americano, dessa vez no pioneiro da mesma no continente (e no mundo). Ontem, dia 13 de julho, ocorreu uma tentativa de assassinato ao ex-presidente americano Donald Trump, enquanto estava fazendo um comício no estado da Pensilvânia visando as eleições deste ano. O atirador falhou e apenas feriu o candidato à presidência dos Estados Unidos e, após a tentativa de assassinato, acabou morto pelos policiais no local.

Duas semanas atrás houve a tentativa de golpe militar na Bolívia, nos anos anteriores houve invasões em Brasília e em Washington DC, além de uma tentativa de assassinato ao então candidato à presidência Jair Bolsonaro, em 2018. Acontecimentos esses (e outros), em sua maioria, vindos de massas manipuladas, com muitas dessas ideias se originando e se espalhando pela internet e redes sociais. Com isso, muitos debates acontecem sobre o limite do que é falado nas redes sociais. A parte difícil é decidir o que seria apropriado ou não de falar na internet e, o mais importante, quem seria o responsável por limitar e decidir isso. Contudo, muitos não consideram outra possível origem desses movimentos e suas ideias: a imprensa.

Outra vez o extremismo tomando conta do cenário político no mundo, causando mortes e terror, principalmente em época eleitoral. Porém, esses acontecimentos nunca são tratados igualmente pela imprensa e, de novo, parte da mídia relata a notícia com o objetivo de desinformar o leitor de forma descarada. Esse viés excessivo de ambos os espectros políticos é, sem dúvidas, uma das principais causas deste extremismo. E não somente quando atentados como esse acontecem e um jornal publica uma matéria com o título “Trump cai do palco durante comício na Pensilvânia com sangue no rosto”. Mas justamente no dia a dia, quando programas televisivos de maior audiência têm jornalistas que passam o dia comentando a política brasileira de forma exagerada, extremamente enviesada, de forma muitas vezes cômica e espalhando notícias falsas. Tudo isso forma a opinião pública, formando principalmente a opinião de jovens de forma desonesta e visando seus próprios interesses, tornando a sociedade cada vez mais polarizada. A consequência disso é nítida quando há pessoas apontando o atentado como “encenação” mesmo quando houve mortes envolvidas.

Analisando politicamente, esse atentado, mesmo com a violência que foi, muito provavelmente, colocará mais força ainda na reeleição de Donald Trump, que tomou a frente na disputa após o debate com Joe Biden. Também é importante ressaltar e valorizar (mesmo quando deveria ser obrigação) que todos os países da América repudiaram o caso, mesmo com governos de políticas e visões de mundo opostas a Trump. Esses repúdios devem servir de exemplo para a sociedade, que nunca foi tão polarizada como atualmente. Visto que o mundo está fragilizado e pendendo cada vez mais para movimentos radicais, o continente americano precisa se manter firme como modelo de democracia a ser seguido, sempre priorizando o debate e as ideias. E seus cidadãos devem fazer o esforço e cooperarem para que isto aconteça.

Tiago Lima Carvalho
Bacharel em Relações Internacionais
Especialista em Direito Internacional

Sérgio Xavier

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