Gilson Filho critica “justiça seletiva” e defende liberdade de expressão ao relembrar 8 de janeiro

Gilson Filho critica “justiça seletiva” e defende liberdade de expressão ao relembrar 8 de janeiro

Vereador do Recife aponta tratamento desigual em atos semelhantes ocorridos no passado e cobra imparcialidade judicial ao comentar prisão de manifestantes classificados como “golpistas”.

O vereador do Recife, Gilson Filho (PL), se pronunciou nesta quarta-feira (8) sobre os eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, classificando a data como um marco na luta contra o que chamou de “sistema corrupto eleitoral brasileiro”. Em vídeo divulgado, o parlamentar criticou o que considera ser uma “justiça seletiva” e apontou inconsistências no tratamento de atos semelhantes no passado.

“Falam de ‘golpe’ para esconder a censura contra quem pensa diferente. Muitas pessoas de bem foram presas, incluindo mulheres e idosos, pela luta do direito à liberdade de expressão. Até hoje, 88 pessoas seguem detidas, e o que vemos é uma justiça seletiva, que persegue quem pensa diferente, enquanto criminosos e corruptos continuam impunes”, afirmou.

Gilson destacou que a questão não está apenas nos atos em si, mas em quem participou deles, comparando o tratamento dado a eventos passados: “Em 2017, por exemplo, em protesto contra Michel Temer, 45 mil manifestantes depredaram prédios de Ministérios em Brasília. Onde estão esses indivíduos? Por que não temos nem lembrança disso? Isso é uma distorção dos valores e da justiça.”

O vereador também citou outros episódios históricos, como as manifestações de 2013, marcadas por atos de vandalismo, e os protestos de 2016, quando escolas foram invadidas e o calendário escolar prejudicado. “Em nenhum desses casos, os envolvidos foram tratados como terroristas. Mas, em 2023, mais de 1.400 pessoas foram presas, muitas sem sequer cometer crimes, incluindo grávidas, idosos e mães de família”, criticou.

Gilson ainda mencionou o caso de Jaqueline Gimenez, condenada a 16 anos de prisão, e questionou o endurecimento das penas: “Estamos falando de pessoas que receberam penas de até 17 anos de prisão em regime fechado por ações classificadas como golpistas e, em alguns casos, comparadas ao terrorismo.”

O parlamentar também se posicionou contra a decisão do presidente Lula de negar o indulto de Natal, argumentando que a anistia seria uma medida justa para aqueles presos durante os eventos de 8 de janeiro. “A regra é clara: se você estiver do lado ‘errado’ do politicamente correto, cada ato seu será criticado e suas palavras e intenções julgadas de forma implacável”, pontuou.

Encerrando seu pronunciamento, Gilson reafirmou seu compromisso com a democracia e a justiça igualitária: “Eu defendo uma justiça justa e sem manipulação. Não podemos permitir que o governo use a prisão de cidadãos para silenciar a oposição, enquanto verdadeiros criminosos seguem impunes. Vamos continuar exigindo justiça para todos, sem distinção.”

Sérgio Xavier

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