Brasil apresenta avanços em aquicultura sustentável e adaptação climática na 13ª Sessão do Subcomitê de Aquicultura da FAO

Brasil compartilha experiências e convida países a incluírem a aquicultura nas estratégias relacionadas ao clima e sustentabilidade
Encerrou-se nesta quinta-feira (23), em Roma, a 13ª Sessão do Subcomitê de Aquicultura do Comitê de Pesca (COFI) da FAO. Realizado entre os dias 20 e 23 de maio, o encontro reuniu representantes de diversos países para discutir os rumos da aquicultura global. O Ministério da Pesca e Aquicultura participou ativamente do evento, representado por Juliana Lopes, diretora de Aquicultura em Águas da União do MPA, e pelo secretário-executivo adjunto do MPA, Lázaro Medeiros. Durante a sessão, o Brasil apresentou avanços na promoção de uma aquicultura sustentável e resiliente às mudanças climáticas.
O encontro teve como foco a atualização sobre as tendências globais da aquicultura e a implementação das Diretrizes da FAO para a Aquicultura Sustentável (GSA), aprovadas em 2024. Dois temas emergentes ganharam destaque na agenda: adaptação às mudanças climáticas e resiliência na aquicultura, e economia circular.
Juliana Lopes apresentou o Programa Nacional para o Desenvolvimento da Aquicultura Sustentável (ProAqui), lançado em 2023, que reúne 15 ações estratégicas para fortalecer o setor, incluindo o incentivo à economia circular, o apoio à aquicultura familiar e o fortalecimento das diferentes cadeias produtivas. Ela ressaltou também os avanços brasileiros na área ambiental, como o Plano Clima 2025–2035, que inclui ações específicas para os setores aquícola e pesqueiro, com base no documento NDCFish, desenvolvido em parceria com a FAO, Stanford e outras instituições.
A diretora anunciou ainda o apoio do Brasil à iniciativa Aqua-Adapt, da FAO, como ferramenta de planejamento para adaptação climática na aquicultura. “Estamos incentivando práticas de mitigação como o cultivo de bivalves e algas, que combinam eficiência produtiva com baixas emissões de gases de efeito estufa. Também promovemos o uso de prebióticos na alimentação e a pesquisa em tecnologias que otimizem o uso de rações e reduzam impactos ambientais”, afirmou.
Experiência no Nordeste é destaque em agenda bilateral
Em reunião bilateral com o diretor da FAO, Manuel Barange, e o diretor de Pesca e Aquicultura da FAO, Carlos Fuentevilla, o secretário-executivo adjunto do MPA, Lázaro Medeiros, destacou o trabalho desenvolvido com incentivo do Governo Federal na aquicultura do Nordeste brasileiro. Como exemplo, citou a utilização de poços artesianos impróprios para consumo humano, adaptados para a produção de camarão, gerando renda para moradores da região, especialmente no Ceará. “Essa iniciativa permite que o pescado seja incluído na merenda escolar de alguns estados do Nordeste, além de servir como referência, podendo ser replicada por outros países”, ressaltou