O vereador Eduardo Moura (NOVO) realizou, nesta quarta-feira (19), uma fiscalização no Centro de Vigilância Animal (CVA) ligado à Secretaria de Saúde do Recife. Na última segunda-feira (17), durante protesto dos carroceiros em frente à câmara municipal, o parlamentar recebeu um pedido da comissão dos manifestantes para visitar o CVA. Além disso, a inspeção foi motivada porque o próprio gabinete vereador já havia recebido denúncias que apontavam para supostas irregularidades no centro, entre elas, maus tratos, estrutura precária e contaminações dos cavalos capturados.
Durante a fiscalização, transmitida ao vivo em suas redes sociais, Moura percorreu todo o espaço administrativo e os consultórios veterinários. No caminho em direção às baias dos cavalos, ele se deparou com caminhões estacionados no pátio. Conhecidos como boiadeiras, os veículos fazem o transporte dos animais de grande porte capturados nas ruas do Recife, como bois e cavalos. Após vistoriar cada um deles, Eduardo Moura questionou a higiene das carrocerias. “Na parte que os animais são transportados verificamos que há fezes ressecadas e feno velho (comida dos cavalos). Sinal claro de que não foi lavada. Esses caminhões deveriam estar higienizados para evitar o risco de contaminação cruzada durante o transporte”, disse Moura.
Dos três caminhões estacionados ‘apenas um’ estava com o adesivo de identificação da prefeitura do Recife. Os outros dois não tinham nenhuma referência à utilização pública. Os servidores informaram que eles pertencem à Secretaria Executiva de Defesa dos Animais (SEDA). “Vamos puxar as placas desses veículos para saber a origem. Não há nenhuma diferença entre os caminhões da CVA e da SEDA. Além disso, vocês têm que cobrar que os caminhões da SEDA já venham pra cá devidamente limpos e higienizados”, pontuou Moura.
Na visita às baias dos cavalos, o vereador não confirmou as informações constadas nas denúncias. No entanto, embora as baias epidemiológicas individuais (39 ao todo) estivessem em boas condições e recém-reformadas, Eduardo Moura apontou problemas nos locais de isolamento: das cinco unidades, três estão fechadas para reforma. “Se chegarem 3 cavalos contaminados, por exemplo, como é que faz? Essas baias têm que ser liberadas, urgentemente, até para a segurança dos outros animais”, cobrou o vereador.
Ao aferir as medidas das baias, Moura verificou que elas obedecem aos padrões da legislação. Também checou o armazenamento do feno e da ração dos cavalos que tinham estoque aceitável. O mesmo pôde ser visto na ala dos cães. Apesar de estressados, os animais estavam em um ambiente limpo e aparentemente bem cuidados. “Eu só vi pequenas correções estruturais, mas vimos que os animais são bem tratados. Eu fico feliz quando eu vejo pessoas que abraçam a causa”, disse o vereador, elogiando a forma cordial como foi recebido pela equipe do CVA. Em relação a uma informação veiculada de que o CVA teria capturado 400 cavalos desde o começo do ano, Moura confirmou que isso não condiz com a realidade. “A informação de que foram recolhidos 400 cavalos é falsa. O número exato são 208”, afirma.
No final da fiscalização, Eduardo Moura questionou a atuação da SEDA. “Por que a SEDA é tão importante nesse processo se toda a parte profissional e técnica é feita pelo CVA? Gostaria de saber qual é a real função dessa secretaria, ou se ela serve apenas pra cabide de emprego? Eu vou fazer uma visita lá no quinto andar da prefeitura pra checar isso. Essa SEDA, pelo que eu estou vendo, é onde está o problema” concluiu.