Declaração de Keko do Armazém expõe racha no PP do Cabo e amplia tensão interna no partido

Declaração de Keko do Armazém expõe racha no PP do Cabo e amplia tensão interna no partido
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A fala do ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho Keko do Armazém (PP), atual presidente municipal do Progressistas, consolidou publicamente o racha interno no partido, que se aprofundou após a reprovação de suas contas pela Câmara de Vereadores, mesmo com parecer favorável do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE). O episódio é tratado por aliados do ex-gestor como um caso claro de perseguição política.

Durante entrevista concedida à Rádio Ponte FM, Keko afirmou que seu futuro político e uma possível candidatura só serão definidos após o Carnaval, e apenas depois de uma conversa direta com a governadora Raquel Lyra. A declaração foi interpretada como um movimento estratégico, mas também como sinal de distanciamento de setores do próprio partido no município.
“Até agora, os apoios que tenho garantidos são a Lula presidente, Humberto Costa senador, que foi parceiro importante durante a minha gestão, e à governadora Raquel Lyra, pelo trabalho que ela vem desenvolvendo”, afirmou Keko na entrevista.

A fala ganhou ainda mais peso político diante do comportamento da bancada do PP na Câmara Municipal, formada pelos vereadores Gisele de Dudinha, Aziel, Pedrinho da Galinha e Tereza da Bomboniere, que votaram pela reprovação das contas do ex-prefeito. O gesto foi interpretado como um aceno direto ao atual prefeito, adversário político de Keko, aprofundando a divisão interna da sigla.
Nos bastidores, a votação é vista como um rompimento político, já que contrariou não apenas o parecer técnico do TCE-PE, mas também a liderança histórica de Keko dentro do Progressistas local.

Outro ponto que chamou atenção foi a ausência de qualquer menção ao deputado estadual Jeferson Timóteo (PP), afilhado político de Keko e aliado de longa data. O silêncio sobre o parlamentar reforçou especulações de desgaste ou reposicionamento político dentro do grupo.

Com a declaração pública e os recentes acontecimentos, o PP do Cabo entra em um momento de instabilidade, marcado por disputas internas, realinhamentos e incertezas sobre o futuro político de uma de suas principais lideranças.

O cenário indica que os próximos meses — especialmente o período pós-Carnaval — serão decisivos para os rumos do partido no município.

Sérgio Xavier

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